[O Centro entrevistou, no dia 27 de janeiro de 2016, Maria da Penha, liderança e moradora da Vila Autódromo. Maria da Penha se apresentou para o Centro, dizendo que é moradora da Vila Autodromo fazia 23 anos e estava na luta pela permanência de sua comunidade na Vila. Tivemos problemas técnicos e o resto de sua entrevista segue abaixo, por escrito.

Maria da Penha falou brevemente sobre alguns dos principais abusos e violações sofridos por sua comunidade. Contou que a comunidade tem sofrido enormemente com a poeira e poluição trazidos pelos caminhões e construção do Parque Olímpico, ao lado da comunidade. Relatou que os esgotos foram destruídos, portanto, entra muita sujeira na comunidade. A rede de eletricidade também está quebrada. Muitos canos de água potável foram afetados pela construção. Relatou também que os moradores têm sofrido terrível pressão psicológica da prefeitura. Em agosto de 2013, nos contou, o prefeito teria conversado com a comunidade e afirmado que todos os moradores seriam livres para ficar na Vila. Mas, infelizmente, muitos foram desapropriados, “arrancados na marra”, tendo seu direito à propriedade violado. Estão oprimindo os moradores, disse. O que a comunidade realmente quer é que seus direitos sejam garantidos.

Maria da Penha foi homenageada pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, que reconheceu sua luta. Mas, infelizmente, no mesmo dia da homenagem, no dia internacional das mulheres, 8 de março de 2016, sua casa foi demolida.]