Brasil: Lama de rejeitos de barragem da Vale atinge aldeia do povo Pataxó Hã-hã-hãe
“Cacique Háyó Pataxó Hã-hã-hãe lamenta as vidas perdidas: ‘Nosso povo tem feito orações em solidariedade às vítimas e familiares da tragédia provocada pela mineradora Vale’”, 26 de janeiro de 2019
A lama de rejeitos da barragem do Córrego do Feijão, da mineradora Vale, em Brumadinho...foi avistada a partir das margens da aldeia Naô Xohã, do povo Pataxó Hã-hã-hãe, situada no município de São Joaquim de Bicas, vizinho ao local da tragédia...[D]e acordo com o cacique Háyó Pataxó Hã-hã-hãe...[:]...[“A]...água ontem estava clara, mas hoje está vermelha escura. Já tem um bocado de peixe morto, boiando, com a boca pra fora pedindo socorro”, afirma. O cacique lamenta as vidas perdidas e informa que o povo tem feito orações em solidariedade às vítimas da tragédia provocada pela mineradora Vale...[S]eis prefeituras de municípios da Bacia do Paraopeba, incluindo São Joaquim de Bicas, emitiram alertas para que a população se mantenha longe do leito do rio, pois o nível pode subir com a quantidade de lama que nele chegou. Bairros foram evacuados, incluindo a aldeia, mas os indígenas decidiram não ficar na cidade e permanecer na parte alta da área de 33 hectares ocupada há um ano e meio...[“É]...a Mãe Natureza vomitando o que o homem branco tá fazendo...[U]ma coisa que é de sustento não só dos Pataxó, mas de várias famílias, se acabando tudo”, diz o cacique...[A]...dúvida é como a aldeia irá sobreviver às margens de um rio poluído gerando impacto em todo o meio ambiente local...[“Q]uando se trata de índio, aqui ninguém nem chega nem perto. A Funai nos ajuda muito pouco. O rio era a nossa fonte de vida e a de muita gente aqui nessa região. Vidas perdidas, o rio destruído… é uma tragédia”...