Brasil: Relatório da Comissão Pastoral da Terra revela que mais de 4% do território brasileiro foi palco de conflitos de terras em 2017
“CPT aponta violência em regiões que somam mais de 37 milhões de hectares, mais da metade em terras indígenas; Amazônia concentra 85% do território em conflito” 2 de junho de 2018
Mais de 4% do território brasileiro – 37 milhões de hectares – teve conflitos de terra no ano passado, conforme o relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT) sobre conflitos no campo...Essa área equivale ao tamanho do Japão, pouco mais que o território da Alemanha...[O]...tamanho do território em disputa aumentou mais de quatro vezes em dez anos...[A]...região Norte concentrou 85% das áreas em conflito em 2017...54% da área total em conflito...fica em terras indígenas...[O]s estados com a maior quantidade de ocorrências de conflitos agrários em 2017 foram Amazonas (11,5 milhões), Roraima (9,6 milhões), Pará (8,3 milhões), Mato Grosso (3,1 milhões) e Rondônia (1,1 milhão)...[O]s dados mostram um papel decisivo dos conflitos em terras indígenas, por causa do avanço de garimpeiros e madeireiros...[Registrou-se]...um flagrante de garimpos ilegais na Terra Indígena (TI) Yanomami, em abril de 2017. Foi uma operação conjunta da Polícia Federal, Fundação Nacional do Índio (Funai), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Exército...[O]...problema continua: em maio deste ano foram apreendidos ouro e até mercúrio na TI Yanomami...[O]...Conselho Indigenista Missionário (Cimi) denunciou massacre de indígenas na Terra Indígena Vale do Javari, no Amazonas. Os crimes – ainda não confirmados pela Polícia Federal – teriam sido cometidos por garimpeiros que atuam ilegalmente na reserva...[A]s terras do povo Waimiri Atroari...estão em disputa judicial com o consórcio Transnorte Energia S.A. (TNE), que quer construir uma linha de transmissão de 750 quilômetros no meio do território indígena...[U]m dos membros da Coordenação Nacional da CPT, Ruben Figueira...[:]...”Houve um afrouxamento na fiscalização da expansão do agronegócio...[C]om a crise financeira, há uma busca de base real para especulação e o agronegócio está buscando ativos no mercado...[N]a região amazônica é onde você tem a precariedade da posse e boa parte são terras públicas”...