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Article

22 Apr 2022

Author:
Amazônia Real

Brasil: Comunidades tradicionais ocupam a sede da Brasil BioFuels em protesto ao avanço sobre seus territórios e por violações de direitos

"Indígenas Tembé e quilombolas ocupam sede da BBF no Pará", 22 de abril de 2022

...Indígenas do povo Tembé, do território Turé Mariquita, na cidade de Acará (PA), e quilombolas ocuparam ...a sede da empresa Brasil Bio Fuels (BBF), a maior produtora de óleo de palma na América Latina. Segundo as lideranças, a empresa viola direitos e tem avançado sobre áreas indígenas, de quilombolas e ribeirinhos. À imprensa, a BBF afirma que a sua propriedade foi invadida por homens encapuzados e veículos foram incendiados, acusando ainda Paratê Tembé, Lúcio Tembé e Raimundo Silva e Silva de incitarem o movimento...

Os manifestantes indígenas e quilombolas ocuparam a sede da BBF também em protesto contra os impactos ambientais causados pela empresa por conta do uso de agrotóxicos nas plantações de dendê (matéria-prima do óleo de palma), do descarte irregular de rejeitos, de irregularidades nas licenças ambientais da empresa e de fraudes nos registros das terras onde estão as plantações de dendê e a planta industrial da empresa....

...Flávio Ferreira de Souza, quilombola de Nova Betal...[,]...teria sido detido de forma irregular por funcionários da BBF durante os protestos, e permanecido por horas nas instalações da empresa...

...[A]...companhia informou: “Um dos invasores foi pego em flagrante roubando dentro da empresa BBF e foi conduzido para a delegacia pela Polícia Militar”...As lideranças ouvidas nesta reportagem negam que tenha havido furtos na empresa por parte dos manifestantes...

...[A]...Justiça de Acará confirmou a decisão pela prisão em flagrante de Flávio Ferreira de Souza, quilombola de Nova Betal. Um documento do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), do qual a Amazônia Real teve acesso, diz que “o custodiado foi preso às 16h30 do dia 21/04/2022 e somente apresentado às 22h com indício de espancamento"...

Segundo fontes ouvidas pela reportagem, a BBF teria contratado milicianos para fazer a segurança da sede e para coagir as comunidades...

As comunidades se queixam de prejuízos diretos às atividades de extrativismo, agricultura familiar e pesca artesanal – meio de subsistências dessas comunidades –, causados pela poluição e pela ausência de fiscalização ambiental por parte dos órgãos competentes...