Brasil: Em 12 dias, 3 massacres contra defensores/as de direitos humanos em áreas de conflito agrário, próximas a hidrelétricas e desmatamentos
“3 massacres em 12 dias: violência rural aumenta na Amazônia brasileira”, 15 de abril de 2019
A Amazônia registrou 3 prováveis massacres em 12 dias, talvez um recorde para a região, à medida que a violência explodiu em áreas de desmatamento intenso, onde a construção de grandes barragens trouxe uma infusão de capital, elevou os preços da terra e convidou grileiros, madeireiros e fazendeiros à especulação da terra...[U]m líder camponês do movimento dos sem-terra e um dos principais ativistas da barragem estão entre os mortos...[O]s três ataques contra ativistas envolvidos em movimentos sociais ou organizações de trabalhadores rurais têm três características em comum: todos ocorreram em áreas sob influência de uma grande barragem hidrelétrica; todos aconteceram perto ou dentro de um assentamento de reforma agrária;...todos estão localizados ao longo de uma das principais frentes de desmatamento da Amazônia...[O]...governo de direita de Bolsonaro sinaliza o relaxamento das regulamentações ambientais e a tramitação rápida de projetos de grande escala, como a gigante mina de ouro proposta que a mineradora canadense, Belo Sun, deseja abrir perto de Belo Monte...[L]adrões de terra e madeireiros ilegais estão se movendo rapidamente para o território indígena Ituna/Itatá próximo à área...[O]...número de invasões ilegais aumentou significativamente desde 2017...A situação não é muito diferente na Ponta do Abunã,... no rio Madeira...Empresários locais continuam..entusiasmados: “A ponte sobre o rio Madeira, na Ponta do Abunã, é um projeto muito importante”, disse Marcelo Thomé, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia ...[A]...Comissão Pastoral da Terra...lançou...novo site: Massacres no Campo...[que será]...atualizada com novos relatos confirmados de massacres — um assassinato envolvendo três ou mais pessoas...[A]o assumir o cargo, o Presidente Bolsonaro transferiu o INCRA, que costumava ser anexado à Presidência, ao Ministério da Agricultura, o que, segundo alguns analistas, é um conflito de interesses. O INCRA é agora dirigido por um oficial militar, o general Jesus Corrêa. Após sua nomeação, expressou que seu objetivo era remover “gemas ruins sem quebrar os ovos”. Os movimentos sociais interpretaram esses dizeres como uma expressão de sua determinação em erradicar os ativistas dos movimentos sem-terra dos assentamentos...