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Artigo

19 Mar 2018

Author:
Sérgio Matsuura, O Globo/Geledés (Brazil)

Estados Unidos: National Geographic reconhece ter sido racista por décadas; nativos eram retratados como ‘selvagens’ & negros americanos só apareceram em reportagens a partir de 1970

"National Geographic' reconhece ter sido racista por décadas-Revista tratava nativos como 'selvagens' e negros americanos só apareceram em reportagens na década de 1970", 14 de março de 2018
...A "National Geographic" é uma das revistas mais prestigiadas do mundo, com histórico de 130 anos na cobertura de assuntos sobre ciência, história, geografia e cultura...Em editorial...[de 12 de marco]..., a tradicional publicação reconheceu, pela primeira vez, que ao longo de décadas muitos artigos publicados observavam o mundo sob uma perspectiva racista...[A]..."National Geographic" pediu que o historiador John Edwin Mason, da Universidade da Virgínia, analisasse os arquivos da revista e apontasse episódios racistas...[A]té a década de 1970 a publicação ignorou pessoas negras que viviam nos EUA. Quando apareciam em artigos, eram retratadas apenas como empregadas domésticos e trabalhadores braçais. Enquanto isso, "nativos" de outras regiões do planeta eram tratados como "exóticos", frequentemente com poucas roupas, como "nobres selvagens" e outros tipos de clichê...[A]..."National Geographic" pouco fez para tirar dos seus leitores os estereótipos impregnados na cultura branca americana. Em...1930, por exemplo, a revista enviou um repórter e um fotógrafo para cobrir a cerimônia de coroação de Haile Selassie como rei da Etiópia...[S]e o evento tivesse acontecido nos EUA, certamente estaria fora das páginas da publicação. Até 1940, negros eram proibidos até mesmo de se tornarem membros da National Geographic Society...Em 1916...uma reportagem sobre a Austrália trazia a foto de dois aborígenes, caracterizados na legenda como os "selvagens no mais baixo ranking de inteligência entre todos os seres humanos"...Em 1962, a revista publicou uma matéria produzida sobre a África do Sul, dois anos após o massacre de 69 jovens negros pela polícia em Sharpeville. O fato chocou o mundo pela brutalidade, mas, para o artigo, parece não ter acontecido...Para o brasileiro Eugenio Bucci, professor da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP), essa tendência atual de a imprensa se autorevisar faz parte de um movimento mais amplo de autocrítica, que inclui a imprensa, mas não se limita a ela — ...[E]stamos passando por alguns desafios da democracia que parecem cobrar dos agentes políticos e da comunicação, das autoridades e de pessoas que têm alguma projeção, um reexame das suas condutas. Isso existe em várias frentes, não só no racismo, mas também em relação a discriminações de gênero, ao assédio sexual e outras práticas...

[Há menção a Time Magazine]