Brasil: ADM, Bunge e Cargill estariam utilizando soja de produtores ligados a conflitos fundiários e abusos de direitos humanos, diz investigação da Global Witness
Em seu mais novo relatório, intitulado “Semeando Conflitos”, a Global Witness compartilhou resultados de uma investigação desenvolvida pela organização que revelaria que três das maiores empresas do comércio global' de commodities, ADM, Bunge e Cargill, estariam comercializando soja oriunda de produtores agrícolas vinculados a conflitos fundiários e a violações de direitos humanos na comunidade baiana de Capão do Modesto. A localidade é atravessada pelo Cerrado, o segundo maior bioma da América do Sul, e passou a ser conhecida como “Fronteira da Soja” devido à rápida expansão do cultivo da commodity pela região.
De acordo com a Global Witness, desde 2017, os moradores da comunidade de Capão do Modesto vêm enfrentando “ameaças de morte, violência e criminalização, com poderosos produtores agrícolas buscando despejá-los à força para que possam continuar a produzir monoculturas comerciais como soja e algodão, um modo de produção sabidamente prejudicial ao meio ambiente”.
A organização sustenta que ADM, Bunge e Cargill, ao comprarem a soja desses produtores, estariam contribuindo para o agravamento dos conflitos fundiários e para uma série de abusos e violações de direitos humanos cometidas por esses fazendeiros, além de lucrarem com o desenvolvimento de tal comércio.
Por fim, o relatório direciona às três gigantes do agribusiness uma série de recomendações, pontuando que as empresas “ainda não foram capazes de tomar medidas suficientes para regularizar suas cadeias produtivas”.
Nós convidamos a ADM, a Bunge e a Cargill a comentar as alegações da Global Witness. A Bunge e a Cargill responderam.