A OFRANEH recibe o Prêmio Direitos Humanos e Empresas de 2023
Fundação para o Prêmio Direitos Humanos e Empresas nomeou OFRANEH (Organización Fraternal Negra Hondureña / Organização Fraternal Negra Hondurenha), como beneficiária do PRÊMIO DIREITOS HUMANOS E EMPRESAS de 2023 que reconhece o “trabalho excepcional realizado por defensores e defensoras de direitos humanos em razão dos impactos das empresas sobre os direitos humanos”.
A OFRANEH, fundada em 1979, defende os direitos humanos das comunidades indígenas Garífunas em Honduras, procura garantir a sua sobrevivência como uma cultura diferenciada e defende seus territórios ancestrais contra os grileiros de terras do setor privado. A OFRANEH é liderada por mulheres e adota uma abordagem antirracista. Diante de um cenário de violência e um Estado fraco, o trabalho da OFRANEH inclui defender a autodeterminação e as formas tradicionais de vida dos Garífunas; proteger seus direitos econômicos, sociais e culturais; e evitar deslocamentos.
Nas palavras de Miriam Miranda, coordenadora-geral eleita da OFRANEH: “Os Garífunas estão sofrendo deslocamentos forçados de nossas terras belas e tradicionais, situadas ao longo da costa caribenha de Honduras. Nossas fontes de subsistência são ameaçadas pela expansão da indústria global do turismo, pelas plantações de palma africana (dendê), chamadas de “Zonas Especiais de Emprego e Desenvolvimento Econômico”(também conhecidas como Cidades Modelo) e pelos cartéis de drogas que traficam cocaína em nossos territórios…Também sofremos ameaças dos condomínios fechados para aposentados com financiamento americano e canadense, bem como dos projetos minerários e hidrelétricos, incluindo projetos com financiamento de bancos de desenvolvimento”.
Membros da OFRANEH têm sido assediados, ameaçados, espancados, sequestrados e mortos, na maior parte das vezes por defender suas terras em meio à grilagem de terras e disputas territoriais. A OFRANEH relata que todas as violações e ameaças são devidas ao processo de ocupação ilegal dos territórios Garífunas por terceiros, os quais operam com o apoio do Estado hondurenho.