Brasil: Em primeira audiência, justiça francesa propõe mediação entre povos indígenas e a rede varejista Casino
"Justiça francesa tenta mediação entre indígenas do Brasil e varejista Casino", 09 de junho de 2022
...A primeira audiência do processo que organizações ambientalistas internacionais e indígenas brasileiras movem contra o varejista francês Casino, presente no Brasil pelo Grupo Pão de Açúcar, ocorreu nesta quinta-feira (9), em Paris. A Justiça de Paris propõe uma tentativa de conciliação entre as partes.
A Justiça de Paris propõe uma tentativa de conciliação entre as partes. As entidades acusam a multinacional de não cumprir uma lei pioneira da França, de 2017, segundo a qual as companhias com mais de 5 mil funcionários têm um "dever de vigilância" quanto a violações ambientais e dos direitos humanos nas suas filiais pelo mundo. As organizações denunciam que o Casino, com suas marcas locais no Brasil e também na Colômbia, comercializa carne como resultado de desmatamento ilegal na Amazônia, incluindo em uma reserva indígena dos povos Uru-Eu-Wau-Wau.
..."Casino está satisfeito com a audiência. Ele luta, no seu nível, contra o desmatamento e está aberto ao diálogo, com já faz a cada dia no Brasil, com ONGs locais", apontou o advogado do grupo varejista, Sébastien Schapira, à RFI. "Casino já faz isso [o rastreamento total da cadeia bovina], de forma voluntária e colaborativa e além das suas obrigações legais. Nós utilizamos todos os meios tecnológicos para melhorar o monitoramento do gado", insiste.
...Casino alega que até hoje não recebeu os detalhes sobre quais seriam esses pecuaristas irregulares, apesar de ter feito o questionamento no âmbito do processo...
"A lei francesa faz com que as multinacionais se responsabilizem. No Brasil, as leis não são cumpridas, mas aqui na Europa elas existem e podem o ser"...