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Artigo

21 Mai 2024

Author:
Infoamazonia,
Author:
Mongabay,
Author:
CLIP

Brasil: Investigação conclui que grandes empresas compraram crédito de carbono em esquema suspeito de lavagem de madeira ilegal; incl. comentários

“Grandes marcas compram créditos de carbono de esquema suspeito de esquentamento de madeira na Amazônia”, 21 de Maio de 2024

Dois grandes projetos de carbono na Amazônia brasileira, cujos créditos foram vendidos a empresas como Gol, Nestlé, Toshiba e PwC, podem ter sido usados para lavar madeira retirada de áreas desmatadas ilegalmente.

A conclusão é do Centro para Análise de Crimes Climáticos (CCCA, na sigla em inglês), uma organização sem fins lucrativos fundada por procuradores e investigadores. Com sede na Holanda, a ONG investiga emissores de gases de efeito estufa, causadores do aquecimento global.

...O CCCA fez a análise a pedido da Mongabay, depois que uma fonte anônima apontou a participação de pessoas condenadas por lavagem de madeira nos projetos.

O CCCA analisou dois projetos REDD+– Unitor e Fortaleza Ituxi – no município de Lábrea, estado do Amazonas. Juntos, eles abrangem uma área de 140.862 ...

...“A maioria das metodologias permite a exploração sustentável de madeira”, disse à Mongabay Bárbara Bomfim, engenheira florestal brasileira e especialista em carbono do Lawrence Berkeley National Laboratory, nos Estados Unidos...

Em comunicado à Mongabay, o Grupo Ituxi, empresa por trás de ambos os projetos, negou qualquer ligação com a lavagem de madeira e disse que todas as suas iniciativas são auditadas, verificadas e registradas...

A lavagem de madeira no Brasil é ilegal e envolve a compra de créditos de madeira falsos, oriundos de projetos de manejo florestal subexplorados...

Alguns grupos criminosos no Brasil são especializados em obter a aprovação de planos de manejo florestal por órgãos ambientais apenas para emitir créditos falsos, afirmou o delegado da Polícia Federal Alexandre Saraiva à Mongabay...

O resultado mostrou ao CCCA uma estimativa de quanta madeira foi provavelmente extraída durante um determinado período.

...Tanto o Unitor quanto o Fortaleza Ituxi são liderados por Ricardo Stoppe Jr., médico de São Paulo, e certificados pela Verra, uma das maiores plataformas de registros voluntários do mercado de carbono do mundo e o mais importante para iniciativas REDD+.

A empresa de Stoppe, o Grupo Ituxi, afirmou em nota ser apenas a proprietária dos planos de manejo florestal, e que a madeira é explorada por terceiros. “Apenas intermediamos as relações comerciais com interessados aptos a realizá-la – empresas que detém equipe e maquinários próprios para a retirada da madeira”, afirma. O Grupo Ituxi também contestou as conclusões da análise do CCCA, dizendo que as imagens de satélite não são suficientes para avaliar os volumes reais de exploração de madeira, o que, acrescentou, só poderia ser feito por meio de inspeção in loco.

Um porta-voz da Verra disse que a empresa precisa de mais detalhes sobre as análises antes de comentar as descobertas.

...A Moss disse que todos os créditos foram comprados e vendidos antes da suposta irregularidade descoberta durante essa investigação (leia a íntegra da nota aqui). A GOL disse à Mongabay que todos os créditos de carbono que a empresa adquiriu da Moss são auditados (leia a íntegra da nota aqui).

Outras empresas brasileiras, como o aplicativo de entrega de comida iFood, o Itaú, um dos maiores bancos do país, e a empresa de vestuário Hering, estão entre os principais clientes do Fortaleza Ituxi. Os créditos também foram usados para compensar as emissões da gigante japonesa de eletrônicos Toshiba.

Em suas respectivas notas, iFood e Itaú afirmaram ter realizado processos internos de devida diligência antes de comprar os créditos. O Itaú acrescentou: “Qualquer caso comprovado de fraude ou crime ambiental envolvendo parceiros acarretará a rescisão da parceria, presente ou futura, e a adoção de todas as medidas cabíveis” (leia a íntegra das notas do iFood e do Itaú, respectivamente, aqui e aqui). A Hering disse que os créditos foram adquiridos por meio de uma importante empresa intermediária, que apresentou documentação de validação e integridade dos ativos (leia a íntegra da nota aqui). A Toshiba não respondeu aos pedidos enviados por e-mail.

Um número ainda maior de créditos (2,3 milhões) foi vendido pelo projeto de REDD+ Unitor. Seus três principais clientes são a petrolífera estatal colombiana Ecopetrol, a mineradora canadense Sigma Lithium Resources e a empresa de auditoria britânica PwC International. A lista também inclui outras transnacionais, como a Nestlé.

Em uma nota, a Ecopetrol disse que comprou os créditos de um dos desenvolvedores de projetos mais reconhecidos do mundo (leia a íntegra da nota aqui). A Nestlé Brasil informou que adquiriu créditos de carbono por meio da WayCarbon, empresa líder na área (leia a íntegra da nota aqui). A Sigma e a PwC não responderam aos nossos e-mails.

Supostas irregularidades envolvem outra iniciativa de Stoppe no município de Apuí, também no estado do Amazonas, que vendeu créditos de carbono a empresas como Boeing e Spotify...