A menos de dois meses das eleições para a Presidência da República, Senado e Câmara dos Deputados, investigações revelam que empresas de tecnologia não estariam cumprindo memorando assinado junto ao Tribunal Superior Eleitoral sobre o combate à desinformação eleitoral.

Um levantamento realizado pelo NetLab, laboratório vinculado à Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a pedido do jornal O Globo, registrou que, entre 26 de junho e 31 de julho, a Meta aprovou a publicação de ao menos 21 anúncios contendo desinformação eleitoral no Facebook.

Pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Democracia Digital (INCT.DD) e da Universidade Federal da Bahia (UFBA) produziram um relatório que concluiu que Facebook, WhatsApp e YouTube, apesar de signatários do memorando do TSE, ainda apresentam brechas e falhas na checagem de conteúdos disseminados, na agilidade para processar denúncias e na transparência para combater as fake news.

A organização Global Witness realizou um experimento com o Facebook: enviou dez anúncios em português contendo desinformação eleitoral para a plataforma. Todos foram aprovados pela Meta, incluindo aqueles que versavam sobre supostas fraudes e manipulações das eleições. O resultado da investigação gerou preocupações na sociedade civil. Instituições destacaram o quanto esse tipo de conteúdo é nocivo ao regime democrático.

Nós convidamos a Meta a comentar todos os artigos. Apesar de haver enviado notas à Global Witness e à Terra, a empresa não respondeu ao Centro de Informação.