Brasil: Organizações apontam empresas cujas atividades apresentam potenciais conexões com a extração ilegal de ouro da TI Yanomami
A invasão da Terra Indígena Yanomami por mais de 20 mil garimpeiros desde 2019 e a negligência da gestão Bolsonaro resultaram em uma grave crise humanitária, ambiental e sanitária.
As chamadas Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (DTVMs) são empresas do setor financeiro que estão autorizadas a comprar ouro no Brasil. Um levantamento realizado pela Repórter Brasil destacou que três DTVMs, Ourominas, D’Gold e Carol, aparecem em investigações sobre garimpo na TI Yanomami. Além disso, essas empresas e seus executivos figuram em pelo menos sete ações na Justiça Federal relacionadas a crimes ambientais ou de lavagem de dinheiro no escopo da mineração ilegal na Amazônia. Entretanto, nenhum dos processos foi julgado e as empresas continuam em operação.
Organizações como o Instituto Escolhas e a Human Rights Watch apontam, ademais, empresas cujas cadeias de suprimentos estão potencialmente vinculadas ao ouro extraído ilegalmente de terras indígenas brasileiras, como a Bulgari, a Rolex e a Tiffany. Ainda segundo as ONGs, as referidas empresas não forneceriam dados completos sobre a origem do ouro utilizado em suas atividades.
O CIEDH convidou a Ourominas, a D’Gold, a Carol, a Bulgari, Rolex e a Tiffany a comentar as alegações. Apenas a Ourominas, a Rolex e a Tiffany responderam.