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Artigo

1 Fev 2023

Author:
Diário do Centro do Mundo

Brasil: Sociedade civil aponta Bulgari, Tiffany e Rolex como empresas que não fornecem dados completos sobre a origem do ouro que utilizam

"Rolex, Tiffany, Bulgari e o ‘ouro do sangue’ Yanomami", 01 de fevereiro de 2023

...Mas há outros responsáveis pela crise humanitária dos Yanomami, segundo organizações não-governamentais consultadas no Brasil: o mercado mundial de ouro e as grandes marcas de luxo, empresas como LVMH ou Rolex, que faturam bilhões de dólares com a venda de joias e relógios fabricados com ouro de possível origem ilegal.

“Mais da metade do ouro exportado do Brasil tem indícios de ilegalidade”, diz Larissa Rodrigues, pesquisadora do Instituto Escolhas, de São Paulo. “A maior parte é refinada na Europa, por isso é muito provável que haja sangue indígena nas joias de luxo ali compradas”, conclui.

Apesar das tentativas de limpar a imagem do negócio multibilionário, nenhuma das marcas de consumo ostensivo forneceu evidências convincentes de ter eliminado o chamado “ouro de sangue” de suas cadeias de suprimentos.

Marcas como Rolex e Swatch, com sede em Zurique, bem como Tiffany e Bulgari, ambas filiais da LVMH, não deram informações sobre a origem do ouro que compram.

“A Rolex e a Swatch se recusam veementemente a falar sobre as fontes do seu ouro”, explica Mark Pieth, da Universidade de Basileia...“A Rolex não fornece informações sobre suas matérias-primas e, em algumas investigações, não forneceu nenhum contexto sobre sua cadeia de suprimentos de ouro”, concorda a Amazon Watch.

A Tiffany só fornece dados sobre 16% do ouro que usa. A Bulgari insiste que seu ouro vem de duas minas que atendem aos requisitos do Conselho de Joalheria Responsável. Mas a ONG Human Rights Watch denunciou falhas graves nas auditorias desse conselho e adverte que não é garantia que não tenham sido cometidas violações de direitos humanos na obtenção do ouro...

Enquanto isso, no mundo dos ricos, quem mais consome joias são os jovens bilionários das gerações X, Y e até Alpha, segundo a consultoria Bain & Company. Neste setor, “dominam compras como roupas e joias e as pessoas começam a comprar a partir dos 15 anos”...

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