Brasil: Volkswagen alega não ser sua a responsabilidade pela ocorrência de trabalho escravo e outras violações dos direitos humanos em sua propriedade durante a ditadura militar
“Volkswagen diz ao MPT que não é responsável por trabalho escravo em fazenda no Brasil”, 29 de Setembro de 2022
A Volkswagen disse ao Ministério Público do Trabalho, por escrito, que entende não ter responsabilidade pela ocorrência de trabalho escravo e outras violações dos direitos humanos em uma fazenda da qual era dona no sul do Pará durante as décadas de 1970 e 1980, quando o Brasil ainda vivia sob a ditadura militar (1964-1985).
...o procurador Rafael Garcia...os representantes da montadora de origem alemã argumentaram que a ocorrência é antiga e que havia envolvimento de outras pessoas no que acontecia na propriedade.
O diretor jurídico da Volkswagen para a América Latina, Marcelo Quio Ribeiro Nascimento, e os três advogados da companhia que participaram da reunião não quiseram comentar.
"O Ministério Público do Trabalho mais uma vez reforçou a gravidade dos fatos ocorridos dentro da fazenda. As violações graves de direitos humanos a que os trabalhadores foram submetidos, da servidão por dívida à violência contundente de vigilância armada, as condições absolutamente precárias a que eram submetidos", afirma Garcia.
Para o MPT, não há dúvidas de que a empresa sabia do que acontecia em sua propriedade.
... nova audiência ficou marcada para o dia 29 de novembro. A expectativa do MPT é chegar a um acordo de reparação individual a 14 trabalhadores identificados como vítimas, além de uma compensação coletiva. Em acordos e condenações desse tipo, os procuradores costumam incluir o dano moral coletivo e a compensação financeira prevista pode ir para um fundo ou entidade da sociedade civil...