Brasil: Volkswagen enfrenta alegações de uso de trabalho escravo durante a ditadura militar; a empresa nega
Desde maio de 2022, o grupo alemão Volkswagen enfrenta acusações de "práticas análogas à escravidão", "tráfico de pessoas" e "violações sistemáticas de direitos humanos" no país entre 1973 e 1987, durante a ditadura militar.
Segundo alegações das pessoas trabalhadoras, elas teriam sido contratadas para desmatar uma área de 70 mil hectares para expandir uma propriedade da empresa chamada de Fazenda Vale do Rio Cristalino, no estado do Pará. Relatam, ainda, condições "humilhantes e degradantes" de trabalho, sem acesso a saneamento básico e água potável.
Para o Ministério Público do Trabalho (MPT) "não restam dúvidas" de que a empresa estava ciente das condições que as pessoas trabalhadoras enfrentavam.
O MPT tentou chegar a um acordo com a empresa para que 14 pessoas trabalhadoras identificadas fossem indenizadas. Sem obter sucesso nas negociações, os promotores afirmam que o Brasil “tomará todas as medidas judiciais e extrajudiciais necessárias para buscar reparação pelos danos causados pela empresa” em tribunais nacionais e no exterior.
A Volkswagen nega todas as alegações e diz não ter responsabilidade sobre as violações de direitos.
Um porta-voz da empresa afirmou:
“A Volkswagen do Brasil rejeita todas as alegações apresentadas nos autos da atual investigação da Fazenda Vale do Rio Cristalino e rejeita as declarações unilaterais de fatos apresentadas por terceiros.
“A Volkswagen do Brasil e o Ministério Público do Trabalho têm trocado continuamente opiniões sobre o assunto. A empresa reitera o seu compromisso com a responsabilidade social e os valores éticos e continuará a contribuir para as condições de trabalho dos seus colaboradores, bem como para a evolução positiva da sociedade.”