Brasil: Mulheres atingidas pelo rompimento da barragem do Rio Doce denunciam violações
“Mulheres denunciam violações cinco anos após rompimento da barragem de Fundão em ato virtual”, 01 de Novembro de 2020
...mulheres organizadas no MAB, em Minas Gerais e Espírito Santo, trouxeram depoimentos sobre a situação que vivem atualmente e viveram durante todo esse período em que as empresas responsáveis pelo crime não promoveram a reparação justa aos atingidos.
“Vemos que milhares de pessoas ainda não foram reconhecidas, e a maioria são mulheres. Quando alguém da família recebe o cartão é o homem, isso porque no total de indenizações, mesmo elas sendo a maioria nos cadastros, apenas 33% do recebimento é para mulheres, e 77% vai para os homens declarantes”, conta Letícia Oliveira, da coordenação nacional do movimento, e moradora de Mariana.
Para Letícia, a realidade das atingidas só piora com o passar do tempo, “não há reparação, só há empobrecimento, perda de trabalho e renda, adoecimento e carga dobrada de trabalho doméstico com o aumento na demanda dos cuidados, geralmente tarefa feminina nas famílias”, relata.
Enquanto o tempo passa, a esfera judicial, ao invés de tentar acelerar o processo reparatório, se coloca ao lado das empresas. “A justiça retrocede, limitando os direitos, postergando a decisão sobre as Assessorias Técnicas e dando decisões favoráveis às mineradoras que cometeram os crimes”, pontua Oliveira...