Brasil: Repórter Brasil revela compra de gado de áreas de desmatamento ilegal e de fornecedores da ‘lista suja’ por JBS, Marfrig e Frigol, inclui comentários das empresas
“JBS, Marfrig e Frigol compram gado de desmatadores em área campeã de focos de incêndio na Amazônia”, 31 de agosto de 2019
...[N]ove em cada dez focos de incêndio em áreas destinadas ao agronegócio aconteceram em pastagens para a criação de gado...[U]ma prova...é a Área de Proteção Ambiental (APA) Triunfo do Xingu...[F]oi justamente nessa região que a Repórter Brasil identificou...exemplos de como fazendeiros autuados por crimes ambientais conectam o desmatamento e as queimadas na Amazônia a empresas processadoras de carne com alcance mundial. Um dos casos envolve o pecuarista Adriano José de Mattos. Em janeiro de 2019, fiscais do Ibama identificaram animais de sua propriedade pastando em uma área de 106 hectares derrubada ilegalmente...[N]o mês seguinte à autuação, o frigorífico Marfrig recebeu gado do produtor em sua unidade abatedora de Tucumã (PA)...[O]utra grande indústria do setor, o Frigol, também adquiriu bois do pecuarista entre março e julho deste ano...[A]...JBS também atua na Terra do Meio, uma vasta região no sudeste amazônico que engloba o território da APA Triunfo do Xingu. Um de seus fornecedores, o fazendeiro José Ronan Martins da Cunha, foi multado pelo Ibama...[C]unha foi responsabilizado pelo emprego de mão de obra escrava na Fazenda JK, em São Félix do Xingu...[P]or conta disso, ele foi incluído na “lista suja” do trabalho escravo do governo federal...[Q]uestionada pela reportagem, a JBS afirmou que não adquire animais de fazendas envolvidas com desmatamento, invasão de terras indígenas, embargadas pelo Ibama, ou que utilizam trabalho infantil ou em condições análogas à escravidão...[A]s três empresas declaram adotar políticas para abolir de suas compras o chamado “boi pirata” – ou seja, aquele produzido em áreas desmatadas sem autorização...