"Na luta pela água, comunidades da Bahia resistem ao avanço do agronegócio e das hidrelétricas", 11 de novembro de 2021

...[Na]...Bahia, onde vêm se intensificando os conflitos por água...

A relação com o ambiente nas comunidades tradicionais de Correntina vai na direção oposta ao manejo da monocultura ou da produção agrícola em larga escala...

Os numerosos rios da região não são visados apenas pelo agronegócio. Os moradores vêm sendo assediados por proponentes de projetos como Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs), Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) a Usinas Hidrelétricas (UHEs)...

Os direitos das populações são violados antes da chegada da construção, pois não há consulta prévia, transparência ou participação política....A abordagem das empresas se repete: os responsáveis pela obra chegam, tentam isolar alguém na comunidade com conversas individualizadas e pequenas ofertas acima do mercado imobiliário. Não é incomum que esses representantes prometam empregos para os filhos dos agricultores...

A luta mais recente no oeste da Bahia é contra a autorização do governo do estado para a construção da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Santa Luzia, no Rio Grande, município de São Desidério. A ação contraria um parecer de 2013, que julgou o projeto inviável....

Beneficiária da autorização, a empresa ARA Geração de Energia Santa Luzia SPE pertence ao grupo pernambucano ARA Empreendimentos...

No caso das barragens para a geração de energia, a PCH do Sítio Grande, no Rio das Fêmeas, é um exemplo de como a vida dos ribeirinhos é afetada. No início da operação da usina, em 2010, a água do rio foi represada e as comunidades ficaram dias sem água. Quando o rio voltou a encher, a água chegou lamenta, lodosa, cheia de detritos, com espuma e mau cheiro. Algumas comunidades receberam água mineral da empresa Bahia PCH I, pertencente ao grupo britânico Contour...

A água do rio voltou a ficar aproveitável, mas com uma cor diferente. E a oscilação no volume da água provocada pela usina é um transtorno constante...