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記事

2019年4月1日

著者:
João Ricardo Dornelles, O Cafezinho (Brasil)

Brasil: Prof. alega que ditadura de 21 anos foi empresarial-civil-militar e que empresários, incluindo banqueiros, financiaram o regime e a tortura

 “DITADURA NUNCA MAIS”, 1º de abril de 2019

Há 55 anos atrás, na madrugada de 31 de março para 1 de abril (dia da mentira) do ano de 1964, tropas do exército, comandadas pelo General Olímpio Mourão Filho, saíram de Juiz de Fora em direção ao Rio de Janeiro, dando início ao levante militar que rompeu com o Estado Democrático de Direito e tirou violentamente João Goulart (Jango) da Presidência da República. Iniciava-se um longo período de 21 anos de ditadura empresarial-civil-militar...[H]oje, 55 anos depois...[,]...temos um regime autoritário, com tonalidades fascistizantes sob o comando de Bolsonaro. E a guinada para a extrema-direita estimulou todas as formas de revisionismo histórico sobre os acontecimentos terríveis...que deram início aos anos de chumbo, chegando ao absurdo de o presidente Bolsonaro pedir que as unidades militares celebrem a data (mentirosa) de 31 de março...[A]...característica modernizadora e empresarial foi fundamental para a construção do aparato repressivo, da nova institucionalidade ditatorial, do aperfeiçoamento das instituições autoritárias, dos serviços de censura, de vigilância, controle e repressão e, especialmente, do aperfeiçoamento das técnicas de contra insurgência, de informação e de investigação. A tortura, as execuções, os maus-tratos e a violência – práticas sempre presentes na nossa história – passaram a ser matéria para os agentes recrutados pela ditadura. O financiamento dos órgãos de repressão vinha dos empresários, com apoio de ministros e autoridades econômicas do regime. A Operação Bandeirantes (OBAN) foi organizada com a “vaquinha” promovida por autoridades, grandes empresários e banqueiros. Muitos financiaram a dor, a morte o sofrimento, a barbárie. Existe uma linha direta, uma relação direta entre a sala de tortura, o pau de arara, a “geladeira”, a criação do DOI-CODI, a “Casa da Morte” de Petrópolis (como outras espalhadas pelo país) e as fontes de financiamento empresariais. Aqueles que, em última instância, se beneficiavam do modelo de desenvolvimento da ditadura...[N]o Brasil as políticas de esquecimento, conciliação e repetição de graves violações de direitos humanos foram e continuam sendo um sucesso. A sua história está marcada pelo autoritarismo, a exclusão de amplas massas, pelo elitismo e pela violência sistemática e massiva contra a população brasileira...[O]...que se impõe é um exercício de memória coletiva, lembrando a nossa história, nossas vítimas, nossas dores e sofrimentos, para que NUNCA MAIS SE REPITA.

DITADURA NUNCA MAIS !!!

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