Brasil: Relatório demonstra como projetos que violam direitos indígenas e ambientais na Amazônia estão sendo viabilizados por instituições financeiras internacionais
O relatório "Vozes do Tapajós: Perspectivas indígenas sobre projetos de infraestrutura planejados", publicado pelo Conselho Indígena Tapajós Arapiuns (CITA), Pariri e a Associação para os Povos Ameaçados (APA), revela como três projetos de infraestrutura na Amazônia estão sendo viabilizados por instituições financeiras internacionais.
A linha férrea Ferrogrão, o Complexo Hidrelétrico do Tapajós e a Hidrovia do Tapajós, que visam dinamizar o transporte de mercadorias na região e estão em fase de planejamento, inundariam 780km2 de áreas protegidas pertencentes a comunidades indígenas, além de exigirem a alteração dos limites da Reserva Natural de Jamanxim.
O documento traz um levantamento de quais empresas viriam demonstrando interesse na construção e execução dos referidos projetos, destacando quais instituições financeiras seriam potenciais financiadores das obras.
Até o momento, os principais financiadores em potencial seriam, segundo o relatório: Citigroup (EUA), Bank of America (EUA), BNP Paribas (França), Santander (Espanha) e Crédit Agricole (França). As comunidades indígenas afetadas fazem apelo para que essas empresas não financiem projetos tão danosos aos seus direitos e ao meio ambiente. O CIEDH convidou as empresas a comentarem o relatório. BNP Paribas e Santander responderam. Citigroup, Crédit Agricole e Bank of America não enviaram comentários.